O uso de sementes transgênicas no cultivo agrícola ainda é muito associado, pelo público consumidor, a práticas não-sustentáveis. Como as principais modificações genéticas envolvem associação de herbicidas e pesticidas, não é possível ter produção transgênica com uso reduzido desses insumos.
No mundo um percentual grande da produção agrícola total é OGM – 75 milhões de hectares nos Estados Unidos, 51 milhões no Brasil e 23.9 milhões na Argentina, sendo essa a maior parte da agricultura hoje, denominada mainstream. Se falarmos em soja e milho a proporção é bem mais alta de OGMs, que respondem por cerca de 98% da área total de plantio de soja e cerca de 93% da área total de plantio de milho, dados referentes à temporada de 2019/2020 no país, segundo estudos da Céleres.
A questão que se impõe é: ou se ignora a produção de grande escala em termos de sustentabilidade, ou se criam soluções de sustentabilidade socioambiental para mesma. Essas soluções podem envolver agricultura de baixo carbono, boas práticas ambientais e sociais.
No Brasil observa-se uma crescente preocupação com a sustentabilidade da produção, respondendo a pressões de consumidores nacionais e internacionais. Segundo pesquisa realizada em 2019 pelo Opinion Box, 55% dos brasileiros dão preferência a empresas que cuidam do meio ambiente. Logo, estar alinhado com a pauta sustentável é positivo para produtores, indústria e cliente final.
Agricultura e mudança Climática
O maior fator que contribui com emissões de gases de efeito estufa e mudança climática, na agricultura, é a mudança de uso da terra, popularmente dito desmatamento. O principal problema é o desmatamento ilegal, que é crime ambiental. O desmatamento legal, não infringe a lei, e é a linha de base para cumprimento legal em termos ambientais. Outros problemas associados à agricultura industrial são monocultura, erosão e perda de solo, consumo de água e energia, uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos.
Empresas que buscam Soluções
Muitas empresas têm sido acusadas de degradar o meio ambiente para auferir lucros. As empresas multinacionais proativas, entendendo a dimensão do problema, se engajaram em ações afirmativas para originação sustentável de insumos agrícolas em seu processamento. Isso lhes deu uma credibilidade considerável frente a consumidores e varejo. Todas as grandes empresas discutem como lidar com questões socioambientais em suas diretorias e tem implantado políticas de comprar insumos de produtores que atendam a seus critérios.
Partindo dessa tendência que liga agricultura à sustentabilidade, é importante, além de ser sustentável, ser visto como sustentável. Uma das melhores alternativas para garantir sustentabilidade a mercados consumidores – e por consequência acessar compradores únicos e bônus sobre o preço das commodities e produtos, é ter uma política socioambiental explícita.
Iniciativas do Mercado
A cadeia produtiva tem se mobilizado na direção da sustentabilidade. Um exemplo é a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), que adotou várias medidas, como o protocolo de grãos do Pará, que é um acordo do Ministério Público Federal que exige uma série de critérios. Alguns desses critérios é a fazenda não constar na lista de áreas embargadas pelo Ibama e na lista de trabalho degradante e análogo à escravidão.
Produtores de soja e milho também têm possibilidade de financiamento por adotar práticas que reduzem emissões de gases do efeito estufa. Um exemplo prático disso é o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), que possui sete programas que vão desde a recuperação de pastagens degradadas até florestas plantadas e tratamento de dejetos animais. O Plano ABC conta com uma de linha de crédito, o Programa ABC, e tem boa parte de seus recursos dirigidos a práticas que envolvem OGM.
Na área internacional a Federação Europeia da Indústria de Rações, FEFAC, criou um guia para originação de soja que atende a critérios básicos de sustentabilidade, que serve de referência a qualquer padrão de sustentabilidade que se aplique a soja, não específico quanto a OGMs.
O melhor caminho para mostrar sustentabilidade
Para ajudar nesse processo, a FoodChain ID tem a Certificação ProFarm, uma certificação para cultivos múltiplos, exclusiva da FoodChain ID.
O sistema ProFarm consiste em dois elementos principais: os Padrões ProFarm e o Protocolo de Certificação ProFarm.
Os Padrões ProFarm, compostos pelo Padrão de Produção e o Padrão de Cadeia de Custódia, foram desenvolvidos em resposta à demanda do mercado por uma solução de certificação e verificação socioambiental para agricultura de escala, que seja flexível e ágil para aplicar-se à produção de grandes áreas de cultivos e culturas múltiplas.
O Padrão de Produção é aplicável à produção agrícola. O Padrão de Cadeia de Custódia é aplicável às operações de processamento industrial que recebem produtos certificados ProFarm, e demais elos da cadeia de fornecimento. Diferente da certificação ProTerra, criada apenas para atender grãos Não-OGM, os Padrões foram elaborados para de maneira não específica quanto à modificação genética. Similarmente, contudo se requer:
- A adoção mais ampla de boas práticas agrícolas;
- A proteção de recursos de alto valor de conservação, do meio ambiente e biodiversidade em geral;
- O engajamento dos trabalhadores rurais e da comunidade;
- Certificados de rastreabilidade para cada embarque de produto.
A certificação ProTerra não é um impedimento de ter a Certificação ProFarm, visto que em muitas unidades produtoras se cultivam OGMs e grãos convencionais em paralelo. A produção Não-OGM pode ser certificada ProTerra e a produção não-específica pode ser certificada ProFarm.
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