Enquanto a área de soja convencional no Brasil sofreu redução na última safra, o apetite dos consumidores pelo produto livre de transgênicos permaneceu firme. E se mostra uma tendência não apenas na Europa, que utiliza cerca de 40 milhões de toneladas de soja ao ano – mais do que toda a produção de soja do sul do país em um ano. Até mesmo a China, tradicional comprador do produto geneticamente modificado, tem dado sinais de que pode migrar parte do consumo.
Augusto Freire, Diretor Executivo da FoodChain ID, em conversa com o Instituto Soja Livre, alerta para o risco econômico de redução da área plantada com o produto livre de OGMs. “Precisamos é divulgar melhor nossa produção lá fora para que vejam como trabalhamos com sustentabilidade e, desta forma, paguem o prêmio adequado. Há sinais de que a próxima safra seja positiva, mas não podemos ter muito entusiasmo. Isso depende da safra da Índia, nosso principal concorrente na soja convencional”.
A área de soja não-OGM caiu de 12% em 2018/2019 para cerca de 5% em 2019/2020 em Mato Grosso, principal produtor. Em 2020/2021, a tendência é de permanência nesse percentual ou leve aumento. Os prêmios oferecidos especialmente pelo mercado europeu para o produto livre agora estão em alta, em cerca de R$ 10,00 por saca. Mas há produtores que não conseguirão aproveitar devido à redução do volume de sementes convencionais.
O diferencial para a soja convencional é garantido por meio de certificações, que atestam e rastreiam até a origem. Esse ganho encontrado nas certificações pode garantir que mercados exteriores se aproximem ainda mais da soja convencional brasileira.
Para Freire, o momento não é de mostrar dúvidas ou até mesmo diminuir a área de plantio de culturas Não-OGMs. É o momento de investir nesse mercado, ter um ganho e, ainda, adquirir uma certificação que fará o produtor ter um prêmio lucrativo com exportações.
Certificação Não-OGM da FoodChain abre mercados
A Certificação Não-OGM da FoodChain ID é conhecida mundialmente, e isso garante ao produto certificado um selo de confiança, segurança e responsabilidade. Alguns dos componentes do programa incluem avaliações de risco, rastreabilidade e amostragem/teste para a verificação de conformidade. O selo é renovado anualmente pela FoodChain ID Certificação.
O certificado é pensado para organizações envolvidas no cultivo, produção, processamento, armazenamento, distribuição, logística e ou comercialização de produtos Não-OGM. Também pode ser solicitado para matérias-primas, derivados, aditivos, adjuvantes e produtos finais, incluindo produtos de pecuária e ração animal.
O selo FoodChain ID pode ir tanto no produto in natura, para exportação, produto processado como ingrediente, ou no produto final que está à disposição do consumidor no supermercado. Não é à toa que a rede supermercadista LIDL, uma das maiores da Europa, é um dos principais incentivadores do cultivo de Não-OGM, chegou a oferecer prêmios de US$ 9 por tonelada para incentivar as plantações de soja livre de transgênico no Brasil.
Produtor pode plantar soja transgênica e convencional na mesma propriedade
Lembre-se que fazendas com culturas transgênicas também podem plantar culturas não-OGM e, assim, estar em ambos os mercados. Nesses casos, a soja não-transgênica pode ter o selo FoodChain ID.
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