O Concentrado Proteico de Soja (SPC)
Há grande interesse pelo concentrado de proteína de soja (SPC), um produto originalmente desenvolvido no Brasil pelo processador industrial Imcopa. Esse produto pode substituir na alimentação de peixes os ingredientes marinhos, esses últimos em contínuo declínio devido à diminuição de estoques de pescado nos oceanos. O SPC é renovável e, se produzido da maneira certa, consiste numa fonte de proteína sustentável para produção animal, principalmente aquicultura de salmão. Hoje Imcopa, Caramuru, CJ Selecta e Sodrugestvo lideram a produção de SPC.
A Certificação
O Padrão de Certificação ProTerra para soja está vigente desde 2006, sendo usado em soja do Brasil para vários países, e da Argentina, Canadá e de países do Leste Europeu para vários destinos.
A FoodChain ID como uma empresa de Certificação vem fazendo um trabalho de verificação e certificação através do Padrão ProTerra desde 2006, e tem realizado esforços extensivos e intensivos para apoiar a integridade da certificação sob a supervisão da ProTerra. Um dos desafios com que se depara é a extensão do território da soja e o número de produtores.
É praticamente impossível auditar cada produtor agrícola no Brasil ou na Argentina – pode haver centenas ou milhares de produtores fornecendo para um determinado processador industrial. A FoodChain ID utiliza uma metodologia de amostragem estatística para a auditoria de fazendas criada pelo Padrão ProTerra em 2005. Isso permite que se façam inferências sobre o grupo maior de fornecedores. É, de longe, o método de amostragem mais avançado e abrangente empregado na certificação. Além disso, a relação de Pareto 80-20 é observada na amostragem para cobrir o maior volume. As não-conformidades são relatadas ao produtor e ao processador industrial, para as ações corretivas. Se os indicadores principais forem violados, como os de desmatamento ou responsabilidade social, o produtor é retirado da lista de fornecedores aprovados e o processador industrial informado para agir.
A Transparência do Sistema
Transparência é um pedido recorrente das ONGs. Relatórios individuais e consolidados têm sido produzidos pela FoodChain ID Certificação, sendo os últimos acessíveis ao público. O que não se pode acessar publicamente são informações comerciais mais sensíveis, como por exemplo, uma lista de fornecedores, devido à concorrência existente para a compra de soja não-OGM. A FoodChain ID foi questionada por produtores porque as organizações querem tornar público nomes de produtores ou empresas enquanto a Europa impõe o GDPR (regulamento de proteção de dados). A FoodChain ID não é detentora dessa informação porque ela pertence à organização certificada e seus fornecedores. ONGs obtiveram acesso aos produtores através de uma autorização dos processadores industriais e consentimento dos produtores.
A posição da Fundação ProTerra
No que diz respeito à produção de soja sustentável ligada ao SPC e a outros produtos, a Fundação ProTerra objetiva uma cadeia de suprimentos de alimentos sustentáveis, portanto espera que as empresas que aderem ao Padrão de Certificação ProTerra tomem as medidas diligentes necessárias para garantir que honrem a Visão e Missão do ProTerra – os valores internacionais de respeitar os direitos humanos e o meio ambiente em seus negócios diários. Isso inclui suas políticas de originação, que devem ser as mesmas para áreas de negócios dentro e fora do escopo de certificação. Se algum problema de sustentabilidade for encontrado, as empresas devem tomar medidas corretivas imediatas para resolver as questões e evitar a recorrência do mesmo ou questões semelhantes.
Diálogo dentro do Setor
A Fundação ProTerra informou à FoodChain ID que promoverá uma mesa redonda do setor entre todas as empresas que produzem concentrado de proteína de soja, com certificado ProTerra válido, para um diálogo construtivo. O objetivo desta iniciativa é identificar a origem de possíveis deficiências em termos de implementação de sustentabilidade no sistema produtivo, e apoiá-las com estratégias para reduzi-las.
Isso fortalecerá seu compromisso de realizar seus negócios com integridade e credibilidade, apoiar e promover o alinhamento de suas políticas de originação e produção, com os conceitos de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade com o meio ambiente, estabelecidos no Padrão ProTerra.
Anne Grønlund, da Rainforest Foundation da Noruega, falou com a Fundação ProTerra durante o fórum “Sustainable Landscape Innovation” em Londres, em 7 de novembro, e disse: “Esperamos que as empresas que geram produtos de soja sustentável sejam livres de desmatamento, violações de direitos humanos e ilegalidades em todas as etapas de sua produção e abastecimento, incluindo fornecedores de terceira parte, e nós apoiamos iniciativas que visam fortalecer os compromissos das empresas certificadas livre de desmatamento e com abastecimento sustentável “.
Veronica Rubio, diretora executiva da Fundação ProTerra, completou: “Estamos confiantes de que através de uma abordagem pré-competitiva e colaborativa, as empresas que atuam na cadeia de salmão e ração animal podem superar obstáculos e aproveitar as oportunidades existentes de tornar a conduta empresarial responsável mais evidente e transparente.”
A FoodChain ID apoia essas declarações e seguirá trabalhando com confiança nas organizações já certificadas IMCOPA, CJ Selecta e Caramuru com o objetivo de melhorar seus esforços no caminho da sustentabilidade.
