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Sustentabilidade ambiental para commodities sem modificação por engenharia genética é o futuro do agronegócio

A cada dia cresce o número de pessoas preocupadas com a qualidade dos alimentos que colocam em suas mesas. Assim como aumenta a consciência de que uma qualidade de vida melhor passa pela busca de uma alimentação saudável e sustentável.

Nada disso fará sentido se não buscarmos também a sustentabilidade ambiental. Com os diversos problemas ambientais e sociais flagrados com frequência a partir do século 20, a sociedade viu a importância de obter o desenvolvimento econômico aliado às questões ambientais e sociais.

O que é sustentabilidade ambiental?

De acordo com o economista francês, Ignacy Sachs, a sustentabilidade ambiental refere-se à capacidade de sustentação dos ecossistemas – que é a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas.

Sachs afirma que “a sustentabilidade ambiental pode ser alcançada por meio da intensificação do uso dos recursos potenciais para propósitos socialmente válidos; da limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos facilmente esgotáveis ou ambientalmente prejudiciais, substituindo-se por recursos ou produtos renováveis e/ou abundantes e ambientalmente inofensivos; redução do volume de resíduos e de poluição; e intensificação da pesquisa de tecnologias limpas”.

Esse desafio surge em meio aos debates internacionais e às pressões cada vez maiores da sociedade por um novo modelo de desenvolvimento, que seja capaz de conciliar o crescimento socioeconômico e a conservação do meio ambiente.

Sim, crescimento socioeconômico por que do ponto de vista de várias empresas, organizações, ONGs e da Fundação ProTerra, a sustentabilidade deve ser social também, por que um meio-ambiente perfeito, mas sem as pessoas, não teria sentido. O conceito de  ‘sustentabilidade ambiental’ deve ser compreendido como ‘sustentabilidade socioambiental’.

Sustentabilidade ambiental x Agronegócio

Só muito recentemente as políticas governamentais para o setor do Agronegócio começaram a atentar para as questões relativas à sustentabilidade ambiental e a estabelecer programas e metas com esse objetivo.

Só para se ter uma noção da importância do Agronegócio para o país, segundo dados do o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o PIB do agronegócio, que responde por pouco mais de 20% da atividade econômica do Brasil, deverá crescer 3,4% em 2018, impulsionado por uma retomada da atividade da agroindústria.

O crescimento deverá ser menor que o apontado no ano passado, quando o PIB do agronegócio saltou 7,6% com a força do setor primário turbinado por uma safra recorde de vários produtos, como soja e milho.

Exatamente por utilizar, principalmente, a terra e os recursos naturais em seus processos produtivos – capital natural, os impactos ambientais do setor agropecuário são também consideráveis, afetando direta ou indiretamente o ciclo hidrológico, o clima e a qualidade dos recursos naturais do país.

Para mudar comportamentos e a cultura vigente, há necessidade de se desenvolver políticas voltadas à utilização racional dos recursos naturais; introdução de gestão participativa nas decisões públicas e privadas de interesse da sociedade; educação nas escolas sobre a sustentabilidade – capital humano e social; e avanços tecnológicos e científicos para aprimorar práticas sustentáveis – bens de capital e capital tecnológico.

Já é possível verificar a crescente demanda mundial por produtos com impacto ambiental reduzido. O selo da sustentabilidade tem constituído exigência cada vez mais frequente no mercado exterior, principalmente por países desenvolvidos.

São identificadas diversas iniciativas com foco na sustentabilidade, como o cultivo de produtos orgânicos, extração de materiais de forma sustentável, não aceitação de produtos que provoquem direta ou indiretamente o desmatamento, bem como geração de energia elétrica a partir dos resíduos produzidos na agricultura e pecuária.

Aumenta procura por não-transgênicos

mão de um adulto e uma criança segurando uma muda de soja juntos

Conforme já citamos em um post anterior, existe um mercado para a soja convencional. Portanto, por que o Brasil não aposta mais no plantio de soja convencional (também conhecida como soja livre ou não-OGM), para atender à demanda de exportação de produtos não transgênicos, que são mais valorizados?

Só para se ter uma ideia do potencial desse mercado, a Europa tem uma demanda anual atual de 4 milhões de toneladas (que pode duplicar ao se incluir a cadeia suína) e a China, de 5 milhões de toneladas. Mas por que isso não ocorre?

Livre da taxa tecnológica dos OGMs, com produtividade competitiva e possibilidade de bonificação especial, a soja convencional vem recuperando seu espaço e se tornando uma opção atraente para o produtor.

Apesar de todo o potencial e do crescente interesse mundial, relativamente poucos produtores brasileiros se dedicam ao cultivo da soja convencional.

O destaque na produção de soja convencional é o estado do Mato Grosso, com 1,2 milhão de toneladas, o equivalente a 13% do total, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Toda a logística necessária para manter a soja convencional sem misturar com a transgênica, é compensada pelos compradores, que pagam um prêmio adicional.

Como mostramos, a produção de soja transgênica não constitui a única forma de produção. Há outras opções para se atingir a produtividade, sem risco à saúde e ao meio-ambiente.

A questão da sustentabilidade na agricultura constitui uma das grandes discussões da atualidade. No entanto, uma agricultura sustentável, baseada na agroecologia, com preocupação ambiental e segurança de alimentos parece ser o caminho viável, em termos de sustentabilidade, para o futuro do agronegócio no Brasil.

colheita de soja ppor caminhão com frase sobre o pib brasileiro onde o agronegócio corresponde a 20%

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