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Principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil e o mercado da sustentabilidade

Estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que, em 2050, a população mundial ultrapassará os nove bilhões de pessoas, das quais 70% residirão na zona urbana.

Esse quadro contribuirá para o aumento da demanda por alimentos. A competição por terra, água e comida pode agravar os problemas relacionados à fome e à pobreza, o que remete à adoção de práticas sustentáveis de produção, no sentido social, ambiental e econômico.

Nesse cenário, a produção anual de cereais terá que crescer em quase um bilhão de toneladas, enquanto a demanda por carnes deverá superar os 470 milhões de toneladas. A FAO estima que os países em desenvolvimento consumirão 72% da produção mundial de carne, aumento de praticamente 12 pontos percentuais no consumo atual.

Além da maior taxa de crescimento da população, a melhoria na renda e as mudanças no hábito de consumo contribuirão para esse desequilíbrio entre demanda e produção.

Brasil como protagonista nessa questão mundial

O Brasil utiliza somente 7,6% de seu território para a agricultura. Esse número foi comprovado por um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgado no fim do ano passado. A agência aeroespacial dos EUA, a NASA, chegou à conclusão similar: 8%. É muito menos do que países europeus como o Reino Unido, que cultiva em 64% de seu território e a Alemanha, que usa 57%. Grandes concorrentes, Estados Unidos usam 18,3%, a China, 17,7%; e a Índia, 60,5%. (Fonte: trabalho de pesquisa divulgado pela Agência Integrada de Comunicação FIAM-FAAM)

Portanto, para muitos pesquisadores e técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil é a principal nação capaz de atender a demanda crescente por alimentos. E isso nos coloca no centro de uma questão de importância mundial.

Diante desse cenário, o Brasil passa a ter importante papel na segurança de alimentos do mundo. Além de reunir os recursos necessários à produção como condições climáticas favoráveis, água em abundância e 383 milhões de hectares de áreas agricultáveis, sendo 35% disponíveis, o país conta com tecnologia de produção e, especialmente, o empreendedorismo dos produtores. Tais características fazem do Brasil o principal protagonista nessa tarefa.

O que falta ao grande celeiro?

Apesar de já ocuparmos uma posição de destaque entre os maiores produtores de alimentos do planeta, a agricultura e a pecuária brasileira precisam investir ainda mais em sustentabilidade e apresentar os números do campo brasileiro mundo afora. A Mata Atlântica, a Amazônia e Cerrado, ficam no Brasil e não na Europa.

A busca por maior espaço no comércio internacional, demanda antiga do setor de agronegócio, tem sido intensificada nos últimos anos. Para quem atua no setor, é consenso que uma imagem mais atrelada às práticas sustentáveis é fundamental para ajudar o país a conquistar novos mercados e a desmistificar preconceitos muitas vezes baseados em erros pontuais do passado que vêm sendo corrigidos com o passar do tempo.

Também é de fundamental importância que as empresas adotem sistemas mais eficientes que garantam maior segurança de alimentos no Brasil.

Porém, a segurança de alimentos tem como maior desafio implantar, cada vez mais, um modelo de produção de alimentos, baseado na agroecologia, sem o uso de sementes transgênicas, agrotóxicos e fertilizantes químicos, em pequenas propriedades familiares, e a regulação do abastecimento e distribuição.

Principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil e o mercado da sustentabilidade

Os principais produtos brasileiros de exportação

Em junho de 2018, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram o montante de US$ 9,21 bilhões, o que representou retração de 0,7% em comparação aos US$ 9,27 bilhões exportados em junho de 2017.

Com esse valor, o agronegócio representou 45,6% do total das vendas externas brasileiras no mês. As importações do agronegócio totalizaram US$ 1,04 bilhão em junho, com retração de 10,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Como resultado, o saldo da balança comercial do agronegócio no mês foi de US$ 8,17 bilhões (+0,7%).

Os cinco principais setores do agronegócio no período foram: complexo soja, com participação de 53,5% das exportações; produtos florestais, com 14,4%; carnes, com 8,3%; complexo sucroalcooleiro, com 7,0%; e café, com participação de 3,9%.

Em conjunto, as vendas externas dos cinco setores mencionados apresentaram participação de 87,0% do total exportado pelo agronegócio brasileiro em junho de 2018. (Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Liderados pela soja em grãos, sete produtos do agronegócio também figuraram entre os dez principais bens exportados pelo Brasil em 2017. Juntos, a soja, carne de frango e bovina, açúcar em bruto, celulose, café e farelo de soja foram responsáveis por 26,8% de um total de US$ 217,74 bilhões embarcados pelo país para o exterior no ano passado. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

A relação dos dez principais produtos negociados pelo Brasil em 2017 contou ainda com a participação de outros quatro produtos do agronegócio: carne de frango, celulose, carne bovina, farelo de soja e café em grãos.

Não é exagero dizer que a agricultura brasileira ajudou a “segurar” a economia nacional durante os últimos anos de recessão, reforçando ainda mais a importância estratégica do setor. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), em 2017, o agronegócio representou 23,5% de tudo o que o Brasil produziu.

Dois principais fatores estão associados ao crescimento da atuação agropecuária do Brasil no mercado externo: a mecanização do campo, vivenciada no país a partir da segunda metade do século XX, e a expansão da fronteira agrícola para o interior do território ao longo do mesmo período. Assim, elevou-se a produtividade nas áreas produzidas, bem como as áreas cultivadas, embora muitas áreas de expansão apresentem modelos tradicionais, uso extensivo da terra e baixa produtividade.

Dos principais produtos agropecuários do Brasil, cabe destaque para a cana-de-açúcar, o café e a laranja, dos quais somos os maiores produtores mundiais; a soja, o fumo e a carne bovina, e ocupamos a segunda posição internacional; e o milho, produto em que o Brasil é o terceiro país em volume de produção anual.

Para termos uma ideia do crescimento do setor da cana de açúcar basta verificarmos a situação das usinas do Brasil.

Além desses produtos em destaque na agricultura brasileira, também cabe ressaltar a importância socioeconômica de outras culturas também amplamente cultivadas no território brasileiro, como o cacau, o arroz, o feijão, o algodão, o trigo (embora ele seja muito importado), a fruticultura, entre outros.

Concluindo, de acordo com as projeções da FAO, para que todos tenham acesso à segurança de alimentos, em 2050, será preciso um quadro econômico que corrija as desigualdades, com redução da pobreza e a produção de alimentos que leve em conta as limitações dos recursos naturais.

É preciso encontrar formas de aliar o crescimento da produção de alimentos com a preservação ambiental e a sustentabilidade. É dessa forma que o Brasil pode servir de modelo para o mundo.

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