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Confira o panorama das usinas do Brasil

A produção mundial de cana é de aproximadamente 1.700 milhões de toneladas anualmente em 24 milhões de ha em todo o mundo. O maior produtor é o Brasil, com 720 milhões de toneladas e 40% do cultivo em todo o mundo.

Há mais de 400 usinas no Brasil, concentradas principalmente no Centro-Sul e no Nordeste. Somente o estado de São Paulo produz próximo de 60% de toda a cana, açúcar e etanol do país. O segundo maior produtor é o estado do Paraná, com 8% da cana moída no Brasil.

A maior usina de cana do Brasil e do mundo está localizada no município paulista de Pradópolis, a Usina São Martinho (Região Metropolitana de Ribeirão Preto), que tem capacidade de moer 10 milhões de toneladas por ano. Só as colheitadeiras de cana percorrem em média 3.500 km por dia. (Fonte: novacana.com)

O Brasil apresenta dois períodos distintos de safra: de setembro a março no Norte-Nordeste, e de abril a novembro no Centro-Sul. Assim, o país produz etanol durante praticamente o ano todo.

Apesar da importância econômica da cana-de-açúcar, sua cultura representa muito pouco em termos de ocupação de área, quando comparada àquelas dedicadas à produção de grãos.

No Brasil, a cana-de-açúcar é a terceira cultura temporária em termos de ocupação de área, bem atrás da soja e de milho. Isso se deve, principalmente, à excelente eficiência de conversão fotossintética da cana em energia.

A importância da cana de açúcar no agronegócio

O Brasil tem o agronegócio como parte fundamental do seu PIB (cerca de 22%) e ocupa uma posição notável perante o mercado mundial.

A cana-de-açúcar, assim como a soja, são responsáveis por boa parte dessa participação significativa, logo são duas culturas de extrema importância para a economia nacional.

A utilidade diversa da cana de açúcar é o que a torna tão importante para o agronegócio, pois pode ser empregada in natura, sob a forma de forragem, para alimentação animal, ou como matéria prima para a fabricação de rapadura, melado, aguardente, açúcar e álcool.

No Brasil, a indústria sucroalcooleira gera uma renda de US$ 7 bilhões, sendo que US$ 3,2 bilhões são obtidos na exportação.

A cana-de-açúcar é a base para todo o agronegócio sucroalcooleiro, representado por 350 indústrias de açúcar e álcool e 1.000.000 empregos diretos e indiretos.

Com a crise energética, uma nova perspectiva é aberta para o aproveitamento do bagaço da cana. Como a quantidade do bagaço produzida é muito elevada (aproximadamente 30% da cana moída), existe um grande potencial para geração de eletricidade para venda comercial.

Estima-se um potencial de geração de eletricidade a partir de bagaço de cana em 4.000 MW utilizando-se tecnologias comercialmente disponíveis. As alterações nas regras do mercado de energia elétrica, estão criando melhores condições para a oferta de energia por produtores independentes, podendo ser atrativas para o setor sucroalcooleiro. (Fonte: dnagro.com.br)

Confira o panorama das usinas do Brasil

Crescimento da produção no Brasil

A produção de cana no Brasil cresceu de forma acelerada após o estabelecimento do Proálcool, em novembro de 1975, passando de um patamar de pouco menos de 100 milhões de toneladas por ano para um novo patamar em torno de 220 milhões de toneladas por ano, em 1986/87.

O cultivo da cana só voltou a crescer na safra 93/94, desta vez, motivado pelo aumento das exportações de açúcar. A partir daí o crescimento da produção tem ocorrido de forma contínua (com exceção do período entre 1998 a 2001, quando houve uma queda gerada pela crise no setor).

Com o sucesso dos veículos flex full, lançados no mercado nacional em 2003, a produção de cana-de-açúcar voltou a ter um crescimento acelerado, para atender ao aumento da demanda de álcool hidratado, se aproximando de 520 milhões de toneladas em 2007.

Esse incremento recente causado pelo aumento da demanda interna por álcool hidratado e expectativa de ampliação da exportação impulsionou a expansão de aproximadamente 100 novas unidades produtoras nos últimos anos, principalmente no oeste do estado de São Paulo e seu entorno.

Hoje a outra fonte de etanol pode ser o milhos, seguindo tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos, mas acredita-se que a cana de açúcar continuará na liderança.

União contra desmatamento

No ano passado (2018), o Senado votou contra um projeto de lei que que liberava o plantio de cana-de-açúcar em áreas da Amazônia legal. ONGs e ambientalistas se manifestaram contra o projeto e conseguiram também o apoio de empresas produtoras de açúcar e de etanol no Brasil.

A região da Amazônia Legal abrange nove Estados brasileiros (Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos Estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão), mas o projeto dizia que só seria liberado o plantio em áreas “já degradadas ou dedicadas a pastagens de baixa produtividade”.

Uma carta de repúdio da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, divulgada na época, afirmava: “Permitir o cultivo na Amazônia, mesmo que em áreas degradadas, significa acrescentar mais um motor ao desmatamento na região: a pecuária será empurrada para novas áreas para dar lugar à lavoura, estimulando a devastação onde hoje deveria haver intensificação”.

“Os biocombustíveis e açúcar brasileiros não são associados a esse desmatamento. O PLS 626/2011 pode manchar essa reputação e colocar em risco os mercados já conquistados e o valor dos produtos brasileiros.”

A Coalizão reúne ONGs ambientalistas como Greenpeace e WWF Brasil, entidades como Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única) e empresas como Unilever, Monsanto e Natura.

O cultivo de cana-de-açúcar é feito de forma extensiva e necessita de uma grande área para manter uma cadeia industrial a seu redor (usinas de açúcar e de etanol).

Para a Coalizão e ambientalistas e empresas, no entanto, este é justamente um dos motivos pelos quais a aprovação do projeto de lei seria prejudicial para o bioma Amazônia.

Segundo o grupo, “a cana pressupõe infraestrutura de transporte e de distribuição do álcool, por exemplo, que não está instalada na Amazônia. Além do desmatamento direto, com o possível avanço de áreas de pecuária para abrir espaço para a plantação de cana, você vai estimular a abertura de estradas, a especulação imobiliária e outros tipos de uso do solo que são danosos para a região”.

O grupo também afirma que o Brasil tem áreas suficientes para aumentar a produção de cana-de-açúcar sem precisar entrar no território da Amazônia Legal. Atualmente, o cultivo ocupa cerca de 10 milhões de hectares, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste.

O Zoneamento Agroecológico (Decreto 6.961), aprovado pelo governo brasileiro em 2009, determina áreas e regras para o licenciamento de novas usinas de processamento de cana e proíbe expansões sobre biomas como Amazônia e Pantanal, além de áreas de vegetação nativa. (Fonte: g1.globo.com)

A cadeia circular da produção de cana-de-açúcar

No ciclo de produção das usinas, tudo é aproveitado, um bom exemplo de economia circular. Após o processo de moagem, de onde se retira o caldo, o que sobra é o bagaço, um resíduo fibroso que é encaminhado para a produção de bioeletricidade que abastece a usina, tornando algumas delas autossuficientes. O excedente pode ser comercializado ou doado para instituições, hospitais etc.

Além dele, também são aproveitadas a vinhaça, um resíduo proveniente da destilação do etanol, e a torta de filtro, resultante da filtração do lodo que sai dos decantadores do caldo. Ambas são usadas como fertilizantes orgânicos nos próprios canaviais, o que ajuda a reduzir o uso de produtos químicos. (Fonte: www.copersucar.com.br)

Solução em sustentabilidade para o setor sucroenergético

Bonsucro é uma iniciativa global multi-stakeholder dedicada a reduzir os impactos ambientais e sociais da produção de cana-de-açúcar, sem deixar de levar em conta a necessidade de viabilidade econômica. 25% da cana de açúcar produzida no mundo é certificada Bonsucro e esse número tende a crescer, uma vez que a demanda por produtos com certificação de sustentabilidade não para de crescer.

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